Oi gente!
Hoje trago uma novidade bem interessante. Bom, pelo menos para mim é uma novidade... Você sabia que é possível fazer pinturas à base de Cal em paredes? Nossa, eu nunca poderia imaginar isso. Descobri lendo meu livro "Cores e Texturas". Como nele não há uma explicação exata de como isso pode ser feito, resolvi pesquisar na internet e deixar aqui para vocês:
A execução de pinturas à base de cal é uma prática muito utilizada. Fatores como baixo custo, disponibilidade do produto no mercado (você encontra cal para pintura em praticamente toda loja que comercializa materiais para construção) e facilidade na aplicação, contribuem para o seu uso.
A cal utilizada em trabalhos de pintura é um produto de maior finura e pureza, portanto, deve-se dar preferência no ato da compra para cales específicas para pintura, o que pode ser verificado mediante informações impressas na embalagem do produto. A presença do selo da ABPC (Associação Brasileira dos Produtores de Cal) indica que o produto é adequado para a finalidade a que se propõe, garantindo que a cal é fabricada em obediência à composição química estabelecida pela norma brasileira NBR-7175.
Para uma maior durabilidade deste tipo de pintura em paredes externas deve-se evitar a ação direta das águas de chuva, o que pode ser conseguido com a adoção de detalhes construtivos que evitam a concentração de fluxos de água sobre a superfície pintada (como por exemplo o beiral). Aliás, a adoção destes detalhes é uma condição que deve ser atendida independente do tipo de pintura e/ou revestimento adotado, pois melhora bastante a estanqueidade da edificação e, conseqüentemente, a durabilidade de materiais e componentes.
O preparo da tinta ocorre pela mistura em proporções adequadas da cal com água, podendo ou não ocorrer a incorporação de aditivos, produtos que melhoram a aplicação e desempenho da pintura. Por ser uma pintura porosa, a caiação pode ser aplicada em substratos úmidos e frescos, onde a umidade seja facilmente eliminida pela ventilação.
Este tipo de pintura não é indicado para aplicação em superfícies de concreto armado, pois a porosidade da película permite a passagem do dióxido de carbono, não protegendo a armadura do efeito corrosão, o que pode causar manchas indesejáveis nas superfícies pintadas. Vamos ver um exemplo de receita com o uso de aditivos.
Receita:
•1 saco de cal para pintura (8kg);
•16 litros de água;
•8 colheres (de sopa) de óleo de linhaça ou tungue;
•1 lata de 1/4 de galão (900ml) de cola branca;
Como preparar:
Colocar 6 litros de água em um recipiente com capacidade para 18 litros e adicionar o conteúdo de um saco de cal, misturando com o auxílio de um bastão. Em outro recipiente dissolver a cola branca em 8 litros de água e misturar bem. A seguir, juntar as duas soluções, adicionar o óleo e promover a mistura.
A viscosidade (atrito interno que se opõe à fluidez) pode ser controlada pelo pintor, por meio de dosagem adequada de água. Pinturas à base de cal são geralmente aplicadas em duas demãos, sendo a primeira bem diluída para selar a superfície e a segunda mais consistente para dar o acabamento final, devendo-se observar o intervalo entre demãos de no mínimo 24 horas.
Função dos aditivos cola e óleo em
pinturas à base de cal:
pinturas à base de cal:
A cola branca é um agente aglutinante que envolve as partículas da cal hidratada formando um filme contínuo. Contribui para o aumento de aderência na base, redução da pulverulência (aumento da coesão superficial) e fluidez. O aumento da consistência pela redução da fluidez do leite de cal permite sua aplicação com rolo em paredes, não sendo ainda apropriado para aplicação em tetos. Deve-se dar preferência para cola branca à base de resina sintética, pois apresenta maior resistência à ação de águas em paredes externas.
Considerados agentes formadores de filme, os óleos facilitam a aplicação da tinta, pois melhoram o deslizamento do pincel e da brocha. A adição de óleo com cola branca produz uma consistência adequada para aplicação com rolo em superfícies verticais. A adição de apenas óleo no leite de cal reduz o poder de cobertura, o que implica em mais demãos de tinta para esconder a cor da base. Deve-se dar preferência para a adição de óleos de linhaça ou de tungue, pois são secativos. Óleos de soja e de milho devem ser evitados, pois não melhoram as propriedades da pintura, podendo torná-la suscetível ao desenvolvimento de microorganismos (fungos e algas).
Para a obtenção de caiação colorida, pode-se recorrer à adição de pigmentos, entre eles, óxido de ferro em pó e pó xadrez. No entanto, deve ser limitado a um percentual máximo de 10%, pois a adição em excesso resulta em película sem coesão. Atualmente há no mercado fabricantes que fornecem tintas à base de cal hidratada em diversas cores, podendo inclusive, ser aplicadas com rolo, facilitando em muito os trabalhos de preparo e de aplicação da tinta.
Um detalhe muito importante a ser observado é com relação ao correto preparo da superfície a ser pintada, que deve estar firme e coesa, isenta de poeira, gordura, mofo e vazamentos acidentais, pois a não observância destes itens, entre outros, compremete a durabilidade da pintura. A molhagem prévia da superfície é recomendada, pois aumenta a coesão e a durabilidade da caiação.
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Agora, vejam algumas imagens de como fica este trabalho:
(Tiradas do Livro "Cores & Texturas", COLEÇÃO FOLHA DECORAÇÃO & DESIGN)
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